Mais um dia. Coloco Chopin na vitrola e me ponho a andar dum lado ao outro nesta sala cada vez maior e mais vazia. São feitas as honras, devidas homenagens ao intelectual eminente que o Estado perdeu. Não consigo sentir deste modo, o que perdemos foi um amigo querido que nos recebia com um bom dia cheio de ternura e a quietude deste teu olhar tão sábio. E em meio aos oportunistas discursos dos políticos e às representações sociais tão alheias à dor da família, vejo o teu verdadeiro amigo, Seu Murilo, a um cantinho com o olhar distante, noutros tempos, certamente lembrando alguma peripécia que aprontaram juntos. E isso me traz ao lábio um benevolente riso de compreensão. Uma das coisas que eu não te contei é que também sou poeta. Sendo assim prometo-te um soneto.
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Ausência
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Consegui, pela primeira vez, entender o que o nosso estado acaba de perder...
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