“Tudo somado, devias
Precipitar-te, de vez, nas águas.
Estás nu na areia, no vento...
Dorme, meu filho.”
Drummond
Fotografia: Nielle Trindade
Porque eu
que nem sei nadar
estas águas
ando sempre a contemplar?
Qual o motivo
destas naus perdidas em mim,
Qual o sentido
destas gáveas e mastros sem fim?
Diz-me o porquê
dessas rotas que me traçam...
Logo eu que não faço mapas,
que os entrego às traças.
E nos meus pulmões sopram velas,
e o meu peito se fez proa,
e no meu casco dizeres,
manuscritos, haicais...
E no meu leito, cais...
Sereias caem.
E dos meus braços lançam redes...
E os meus pés tocam náufragos...
Onde a foz destes rios oníricos?
Que detritos levam?
Velam qual lirismo?
Deve ser porque o mar
também não sabe nadar...
e por isso fica
dum lado ao outro a oscular
as beiras,
sem saber na qual deitar.
Há tanta coisa ainda pra escrever...
Há mar
Mas você me navegou
mares tão profundos
e eu fiquei sem rumo
e eu fiquei sem chão.
*Por sugestão de Nana Rodrigues, que ao ler minhas prosas, o faz em versos, pois em versos é que se dispõe a sua alma.
Os versos que trilham essa falta de rumo
ResponderExcluirnavegam sempre no nosso mar!
Foto Roubada? cadê os créditos,
ResponderExcluirPoeta?
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirDevidamente concedidos, senhora.
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