quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Forasteiro

"Eu, sempre que parti, fiquei nas gares
Olhando, triste, para mim..."
Mario Quintana

E a vida assim se fez trilha sonora de filme francês: amores platônicos, casos literários, amor eterno que se desfaz perambulando pelas ruas, roubando flores, contando os trocados no bolso. Banco de rodoviária, o olhar na janela do ônibus, coração embaçado na vidraça, dentro o nome dela, dela quem? São tantas as palavras que se esvaem...

Jardins efêmeros, cortejos desfeitos, sentidos dilatados, dilatado verbo sentir... É o preço que se paga por ousar viver além do que se escreve, quando em detrimento da Teoria há um coração que pulsa, quando deixa-se o escritor para ser humano...

3 comentários:

  1. Carlos Drummond de Andrade21 de dezembro de 2011 às 15:18

    Amar o perdido
    deixa confundido
    este coração.

    Nada pode o olvido
    contra o sem sentido
    apelo do Não.

    As coisas tangíveis
    tornam-se insensíveis
    à palma da mão.

    Mas as coisas findas,
    muito mais que lindas,
    essas ficarão.

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  2. O AMOR eterno nunca se desfaz,não se for verdadeiro!

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"Respeitar o trabalho do outro consiste justamente em submetê-lo à crítica mais rigorosa" (José Borges Neto)