E eu, tão mal acostumado a simular histórias alternando estes algoritmos* e sinais de pontuação ao meu bel prazer, agora me desarmo outra vez, em carne nua na tua frente e não sei fingir nem ao menos poesia. E eu, outrora acostumado a simular orgasmos no papel, fazer das palavras meretrizes e receber afagos de hermenêutica, críticas risíveis e olhares suspeitos rua afora, me encontro deste modo: sem saber o que dizer nem rimar. E eu, que embasado em teoria divagava sobre a valoração acerca da estética da conjunção carnal e colocava um palavrão na boca de moças rezadeiras, acreditando ser isso o suprassumo da poesia, agora me sinto um pecador sem noção de pecado. Juro que queria dedicar-te um poema desses de umedecer o tecido durante a leitura, mas confesso que não sei deitar teu corpo sobre o papel e discorrer nas linhas, entrelinhas da tua prosa fria. Soa como algo proibido, sempre deste modo soa e não sua. Nem minha. O mais que consigo consiste em transfigurar-te em metáforas tão herméticas que se tornam reveladoras da minha natureza vil. Não mais que isso! Mas prometo sem cumprir: ainda te componho uma trova, tão despudorizada que abrirá para mim tua página ainda cálida.
*Um algoritmo é um conjunto finito de regras que fornece uma sequência de operações para resolver um problema específico.
Que venham trova & prosa & poesia...
ResponderExcluirAbçs*
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNão pude deixar de notar o seu marcador!
ResponderExcluirEntão o poeta deleita-se em escutar Engenheiros do Hawaii ??
Interessantemente atrativo!
Amei .... Beijos
Juliano!
ResponderExcluirSempre lhe admirei, na prosa e na poesia. Continuarei esperando, mas esta já foi uma ótima prosa!
Beijos, poeta!
Mirze
ainda te componho uma trova, tão despudorizada ...
ResponderExcluir(falar o que? rs// tua poesia entra até pelos poros).
Um beijooo Juliano.
Como é bom ler-te!
Sr. Julio,
ResponderExcluirQue sorte a nossa essa sua prosa
Tal qual coisa rara
Que endossa, faz tremer a carne
E adoça Os sentidos
A trama da língua
Que treme na pele
E fere
E cura.
Te conjugo versos!
Um beijo,
Ana.
Obg pela força...Aguardando seus textos!
ResponderExcluirAbçs*
oi, sem querer caí aqui. Ia sair sem querer, mas resolvi deixar um recado, tipo um daqueles escritos em papéis coloridos e colados na porta de algum lugar: gostei muito desse texto... parabéns
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