segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Despedida


Lápis sobre o papel: DOUGLAS, Rafael. Despedida, 2012
Preta,
tisne figura
que emoldurei na parede
Eu te amei
no embalo da rede
Num fim de semana
no meio do nada
Fiz nossa casinha
sobre a madrugada
E ancorei meu barco
na tua beira, morena
Pra me acostumar
à tua maré serena,
ao teu vai e vem,
Meu bem
querer.

Querer já não posso,
poder ainda quero
Ser sempre sincero
foi o acordo nosso
Então combinamos
não vamos
d’agora em diante:
Andar de mãos dadas
dando bom dia aos passantes,
Esperar sem ter pressa
o ocaso escarlate,
Nem todas as coisas
que lembram no peito
há algo que bate.


E assim se termina
a adúltera estória
sem final feliz
Pintura que eu quis
guardar na memória:
Primeiro o Esconjuro,
depois Rubiácea
Das partituras baças
fiz Música, eu juro
E me fiz teu cronista
ainda sujo de tinta
Pintei a Ciclovia
com várias matizes
Para que nosso amor
tenha aquela cor
dos amores felizes.

8 comentários:


  1. Ilusão Perdida

    Florida ilusão que em mim deixaste
    a lentidão duma inquietude
    vibrando em meu sentir tu juntaste
    todos os sonhos da minha juventude.

    Depois dum amargor tu afastaste-te,
    e a princípio não percebi. Tu partiras
    tal como chegaste uma tarde
    para alentar meu coração mergulhado

    na profundidade dum desencanto.
    Depois perfumaste-te com meu pranto,
    fiz-te doçura do meu coração,

    agora tens aridez de nó,
    um novo desencanto, árvore nua
    que amanhã se tornará germinação.;(

    Pablo Neruda

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  2. Po!$@%#
    Mereceu um palavrão.

    Ana*

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  3. 1. Colocar na boca de Ana um palavrão, consiste nisso o suprassumo da poesia!

    2. Pedaços de chão.. sei que és tu. Estive lá. Por mais que eu escreva outras estórias, não dá pra esquecer.

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  4. Resistir é inútil.. Lá sempre será meu refúgio: nosso!

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  5. O MUNDO É UM MOINHO

    Ainda é cedo amor
    Mal começaste a conhecer a vida
    Já anuncias a hora da partida
    Sem saber mesmo o rumo que irás tomar

    Preste atenção querida
    Embora saiba que estás resolvida
    Em cada esquina cai um pouco a tua vida
    Em pouco tempo não serás mais o que és

    Ouça-me bem amor
    Preste atenção, o mundo é um moinho
    Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
    Vai reduzir as ilusões à pó.

    Preste atenção querida
    De cada amor tu herdarás só o cinismo
    Quando notares estás a beira do abismo
    Abismo que cavastes com teus pés

    Cartola

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"Respeitar o trabalho do outro consiste justamente em submetê-lo à crítica mais rigorosa" (José Borges Neto)