Lia. Relia. Lia com veemência, relia contrariando a fugacidade dos próprios aspectos cognitivos que não lhe concediam o saber. Mal sabia que o suprassumo era sentir. Repentinamente se desconfiou metaforizado no texto. Num primeiro momento com sutileza, mas após algumas poucas páginas se encontrava perdido. Já não tinha mais a convicção de ser leitor (o ser que lia e relia). Tentou encerrar a leitura, mas não haviam pontos à vista, nem à curto prazo. Somente umas reticências que não lhe diminuíam a aflição. Aqui e acolá alguma vírgula lhe suscitava uma breve, mas vital tomada de fôlego. Tinha indagações, mas não havia tempo para respondê-las. Perguntava-se por quem havia sido escrito. Tinha medo do posfácio (seria o fim de tudo? Ou haveria uma sobrevida na contracapa?). Atordoado, tentou levantar-se e derrubou o acento. Cometeu um grave erro ortográfico e sentiu-se culpado. Depois se eximiu da culpa, pois deveria ela pertencer ao ser que o escreveu. Ao pensar assim sentiu-se lido por outrem. Sua privacidade fora violada. Sentiu nas páginas, cálidas, uns dedos pesados que afagavam-lhe as letras. Uma saliva alheia lhe umedecia as extremidades a cada folheamento. Abria-se e fechava-se, e a cada intersecção era devorado por olhos vorazes. Procurou nas entrelinhas uma explicação, mas nada encontrou. Então olhou para fora de si e perguntou: QUE FAZ AQUI ?
sábado, 27 de março de 2010
Ao leitor(a)!
Lia. Relia. Lia com veemência, relia contrariando a fugacidade dos próprios aspectos cognitivos que não lhe concediam o saber. Mal sabia que o suprassumo era sentir. Repentinamente se desconfiou metaforizado no texto. Num primeiro momento com sutileza, mas após algumas poucas páginas se encontrava perdido. Já não tinha mais a convicção de ser leitor (o ser que lia e relia). Tentou encerrar a leitura, mas não haviam pontos à vista, nem à curto prazo. Somente umas reticências que não lhe diminuíam a aflição. Aqui e acolá alguma vírgula lhe suscitava uma breve, mas vital tomada de fôlego. Tinha indagações, mas não havia tempo para respondê-las. Perguntava-se por quem havia sido escrito. Tinha medo do posfácio (seria o fim de tudo? Ou haveria uma sobrevida na contracapa?). Atordoado, tentou levantar-se e derrubou o acento. Cometeu um grave erro ortográfico e sentiu-se culpado. Depois se eximiu da culpa, pois deveria ela pertencer ao ser que o escreveu. Ao pensar assim sentiu-se lido por outrem. Sua privacidade fora violada. Sentiu nas páginas, cálidas, uns dedos pesados que afagavam-lhe as letras. Uma saliva alheia lhe umedecia as extremidades a cada folheamento. Abria-se e fechava-se, e a cada intersecção era devorado por olhos vorazes. Procurou nas entrelinhas uma explicação, mas nada encontrou. Então olhou para fora de si e perguntou: QUE FAZ AQUI ?
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AE!!!!!!!!
ResponderExcluirBem-vindo a blogsfera, Ju!!!!!!
Adorei o texto!!!
Escreves tão bem!
Beijão!!!!!!
Que coisa boa ver vc assim...totalmente liberto naquilo que acredita e caso ainda não acredite: Esse é o seu foco!
ResponderExcluirSucesso.
É como eu sempre digo! Você é PH!Escreve muito!Em prosa então...
ResponderExcluirMe Mata de Orgulho!
=D
Que maravilha!
ResponderExcluirO azar é que virou arjentino, de resto, tá ótimo!
Comece aí nas postagens...Blog tem que ser atualizado, viu mocinho!
ResponderExcluirAh! E responda aos seus seguidores e comentários...kkkkk
Comece a mecher no troço:kkkkkk
Faço das dicas da Nine, a minha =)
ResponderExcluirBlog deve ser atualizado com um frequencia razoável e é importante vc responder as pessoas que te escrevem e claro, seguir os blogs que vc acha interessante tb!
Com o tempo vc pega o jeito :)
Qualquer coisa, me chama \o/
O texto ficou muito bom... É uma das coisas que gosto no jeito que vc escreve!
Ou gosta de verdade, ou não gosta... Acho que não existe meio termo!
Um beijo, Ju =*
Vim pelo blog da Laís. Gostei do estilo da sua escrita.
ResponderExcluirAbraços.
Mano agora sim! Só faltava um blog p vc pois tu escreve muito. Belo texto, Quero ver os proximos logo. Ah vou tentar bolar um cabeçalho pra o teu blog se me permitir é claro. Depois eu te aviso e tu pesca no orkut se gostar. Blza? Falou brod Jesus Cristo, rsrsrsrs
ResponderExcluirLEIO-TE!
ResponderExcluirBem pessoal,pensei em deixar este espaço reservado à somente à vcs,mas vou comentar.Primeiramente gostaria de agradecer todos os comentários,embora quase todos sejam de amigos,o q é muito suspeito(vão dizer q eu pago à vcs rs).Especialmente à Lara(não sei se vai ficar por muito tempo,pois como verá,minha escrita não tem estilo).Gosto de observar o viés do leitor(aqui vcs tb são observados por mim),o q o texto o fez sentir.É o que tento! Que o leitor se confunda com as palavras, que desconfie que eu estava falando dele, que vicie assim como eu viciei,tlvz seja pedir demais, pois não sei se tenho qualidade literária pra isso.Um escritor não sente-se bem qndo é lembrado mais q o texto,é sinal de q não escreveu tão bem.O texto deve transcedê-lo!Que esqueçam-se dele!Ele rima pra disfarçar...
ResponderExcluirNão me referi aos estilos conhecidos, me refiro à escrita que sentimos algo ao lê-la. Li poemas seus no blog da Laís e gostei do jeito, da cadência, essas coisas... Mas entendo seus medos. Quantas pessoas não passaram lá pelo meu blog só por um dia para dizer oi, e não voltaram mais, quantas continuam por educação, só porque vou ao blog delas, e quantas nem vão, dão uma olhada e saem. Enfim, bem-vindo ao mundo perigoso para os de baixa auto-estima, assinado, quem entende desse assunto (de baixo auto-estima, não de escrita, claro.)
ResponderExcluirMuito do que escrevo são alusões(lembra da "Autopsicografia" do Pessoa?!),muitos dos leitores são metaforizados no texto,quando falo de uma coisa nem sempre estou falando literalmente dela,o poema que Laís postou no blog dela é um exemplo disso.Quanto se os leitores vão ficar ou não,nunca achei mesmo uma permutação muito justa essa!Mas algém há de me visitar vezenquando daqui à algum tempo.
ResponderExcluirAgradeço a atenção,Lara,também gostei do que escreves!Abraço forte!